O PÁSSARO LIBERTO
O pássaro nobre nasceu encarcerado.
Perdeu a cor, seu canto emudeceu;
Numa ânsia louca e desesperado
Rompeu a gaiola quando amanheceu.
Com a perícia de suas asas leves,
Foi ver de perto novos horizontes;
Atravessando nuvens brancas como neve,
Foi alcançar a imensidão dos montes.
Contemplou de cima, com amor ardente,
Os vales floridos e cascatas a marulhar;
Sentiu da brisa o frescor fremente,
Viu sobre a selva o orvalho a cintilar.
Do majestoso oceano viu seu esplendor
E a alegria dos barcos a voltar
Trazendo peixes e transbordando amor
Para a fome dos homens saciar.
Sentiu-se feliz com todo esse encanto
E a natureza poder contemplar;
Recobrou a cor e voltou o canto
Em prece a Deus, cantou num sussurrar.
06/08/78
Maria José
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