O propósito desse blog, é compartilhar meus pensamentos, citações e principalmente artigos de genealogia, que tem sido por muitos anos um assunto que tenho estudado e adquirido experiência.

Senti o desejo e a necessidade de deixar um pouco desse legado a todos que tiverem interesse. O profeta do velho testamento Malaquias que viu nossos dias, fez a seguinte profecia: "Ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais ...". Essa profecia feita cerca de 2.400 anos atrás, podemos constatar hoje nesses últimos dias, o cumprimento dela, quando surge um interesse quase inexplicável na nova geração, em conhecer sua origem, e sua a história.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O aspecto moral da Genealogia



No mundo antigo surgia a falsa afirmação de que a genealogia só serve para cultuar um passado morto e reviver vaidades perdidas.

A genealogia tem grande importância em nossos dias, não só por simpatia pelos ancestrais, ou para descobrir um passado feliz, pela revisão dos valores morais e das justas precedências hierárquicas.



A genealogia é uma ciência conservadora dos direitos das famílias e dos soberanos, faz recair sobre os que merecem celebridade, jactos de glória e esplendor que a posteridade jamais recusa aos príncipes que se dedicaram aos destinos e felicidade das nações, e transmite freqüentemente de uma família a outra o poder reinar sobre diferentes povos, e impõe aos descendentes o respeito, o reconhecimento das virtudes sólidas e atributos que lhes dá o direito respeitável de serem sobre a terra os representantes da justiça e do bem público.

A genealogia é importante não só de ordem histórica, mas também social, biológica e pedagógica. É indispensável aos que querem escrever, ensinar ou conhecer de uma maneira precisa e verdadeira a história das famílias e de cada nação. É uma ciência-mãe para os que se entregam ao exercício do direito público da diplomacia e da política.

Ninguém podia raciocinar sobre os direitos de seu príncipe, representá-lo nas cortes estrangeiras, servir seus interesses como ministro ou como homem público, se não conhecesse a fundo a história genealógica de sua casa e de suas alianças.

A história não pode deter o seu curso. Sendo assim, não se pode deixar de estudar o passado, que poderá influenciar o futuro e que é um patrimônio da humanidade, pois a tradição e o que se passa adiante não morre, e não sabemos o que o futuro nos reserva com toda série de imprevistos e sucessos espantosos.

Os utilitaristas dão à genealogia valor econômico e social nas questões de herança ou outras questões menos nobres que as virtudes e valores dos ancestrais, que devem ser o elo de honra de cada família, paradigma das gerações e símbolo da grandeza das nações.

Os heróis, os santos, os grandes sábios e artistas, personalidades que se destacaram na vida pública pela sua dedicação e, sobretudo, por virtudes de suas altas qualidades morais, sem dúvida tem na continuidade do sangue uma importância enorme pela influência que o seu exemplo deve exercer.

A nobreza medieval se distingue perfeitamente da aristocracia do passado.

A nobreza é uma instituição cristã, porque a nobreza é o valor moral, é a grandeza a serviço do bem, a força a serviço da verdade, da justiça, do valor da dedicação do espírito de renúncia, protegendo o fraco, defendendo o humilde, as viúvas, os órfãos, respeitando a todos. A nobreza abrange a todos os homens nas suas altas qualidades morais, pois nobreza quer dizer caráter, virtude.

A aristocracia da antigüidade não se distingue por estes traços de unificação, eram apenas famílias poderosas. Os patrícios de Roma ou os arcontes de Atenas tinham a escravidão por base, e desconheciam totalmente a noção de caridade que caracteriza a nobreza, que é baseada no amor aos seus semelhantes.

A nobreza é, pois, mais que a decisiva afirmação da família e dos princípios da vida social cristã.

Há de honrar-nos, portanto, saber as virtudes dos nossos ancestrais que construíram esta civilização, e que foram esteio dessa ordem maravilhosa.
Se nossos ancestrais tiveram erros não devemos nos decepcionar e, para repará-los, as futuras gerações devem empenhar-se em aumentar o mérito das suas famílias. Se ficam as honras, ficam as faltas que devem ser reparadas com mais honra. E isto é forte na pedagogia social.

A genealogia, mais que todas as outras ciências, é a ciência do valor humano da civilização. Não é apenas a ciência biológica materialmente falando, do valor do sangue, mas sobretudo, do espírito que deve animar e conduzir esse sangue. É espiritualista no mais alto sentido, porque transfere às gerações pósteras todo um manancial de ensinamentos e de bom nome, de justiça e coragem, de disciplina e hierarquia, de honra, correção e lealdade.

A sociedade só é grande quando as famílias tem ordem e dignidade. E quando uma sociedade é assim superior, a civilização que a envolve é grandiosa, próspera, magnífica.

Sem dúvida a nobreza é a floração mais preciosa das famílias cristãs, por tudo quanto nela é elevado e magnânimo. Foi por isso que a nobreza, sendo a mais diminuta e restrita de todas as classes sociais deu à igreja o maior número de mártires e santos, a começar por nosso Senhor Jesus Cristo, Príncipe da casa Real de Davi.

A genealogia é mister dos que honram a sua linhagem, sejam elas quais forem, embora despeitosamente chamem isto de justa ou injusta vaidade, o que vem afirmar pouca dignidade e nobreza, porque o nobre é modesto e afável, sem orgulho e preconceito.



Os genealogistas se baseiam na história como guia para mostrarmos a utilidade de critérios genealógicos, pela ação do homem dentro do tempo e do espaço, na política e na sociedade, sendo que destas duas encontraremos os aspectos pedagógicos e biológicos.                        

                                               
Maria José Antunes.

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