O propósito desse blog, é compartilhar meus pensamentos, citações e principalmente artigos de genealogia, que tem sido por muitos anos um assunto que tenho estudado e adquirido experiência.

Senti o desejo e a necessidade de deixar um pouco desse legado a todos que tiverem interesse. O profeta do velho testamento Malaquias que viu nossos dias, fez a seguinte profecia: "Ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais ...". Essa profecia feita cerca de 2.400 anos atrás, podemos constatar hoje nesses últimos dias, o cumprimento dela, quando surge um interesse quase inexplicável na nova geração, em conhecer sua origem, e sua a história.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A Genealogia e a Montanha de Granito


O princípio da Genealogia necessita maior divulgação. É necessário que isto seja feito.Assim, o CHF da Estaca São Paulo Perdizes abre suas portas àqueles que desejarem conhecer seus ancestrais, mas não alcançam tal possibilidade por não disporem de meios ou esclarecimentos de como proceder à pesquisa genealógica.

Por esta razão serão constantemente administradas aulas práticas de genealogia. O principal propósito é ajudar os interessados a iniciar o trabalho genealógico, auxiliando-os a romper as barreiras da falta de conhecimento, temor ou desânimo que freqüentemente impedem as pessoas de iniciar o trabalho genealógico.

As pesquisas genealógicas não devem ser limitadas a um pequeno grupo de especialistas, mas todas as pessoas devem engajar-se nessa grande e importante obra, em favor dos ancestrais desaparecidos no tempo.

A genealogia teve início nos primórdios do tempo. Ela é, portanto, a origem, a fonte, a procedência, ligando o passado ao presente.

Os primeiros registros genealógicos foram feitos quando surgia a humanidade. Vemos Gênesis 5: 1-32, o primeiro livro da Bíblia, o registro da genealogia de Adão. No livro de Neemias 7:5-6 temos o seguinte:

“Então Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres, os magistrados e o povo para registrar as genealogias. E achei o livro da genealogia dos que subiram primeiro, e assim achei escrito nele: Estes são os filhos da província que subiram do cativeiro dentre os exilados que Nabucodonosor, rei da Babilônia, levava para o exílio, e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para sua cidade” descreve o nome das famílias e seus descendentes, no total de quarenta e dois mil trezentos e sessenta pessoas. No versículo 64 temos o seguinte: “Estes procuraram os seus registros nos livros de genealogias, porém não os acharam, pelo que foram tidos por imundos para o sacerdócio”.


Os livros de Mateus e Marcos registraram a genealogia de Jesus Cristo. O livro de 1º Timóteo 1:4 diz o seguinte: “Não se ocupem com fábulas e genealogias intermináveis, que antes promovem discussões do que o serviço de Deus”. Dedicavam-se com tal extremo à genealogia, que foi-lhes solicitado que fossem comedidos a esse respeito.

Como já foi dito, a genealogia é o estudo da família, estirpe ou linhagem. Deve iniciar com a família imediata, que é a organização familiar que vive em comum sob o mesmo teto, e outras pessoas que podem não viver na mesma casa, mas que são estreitamente aparentadas, como avós, bisavós, tias, primos, etc...

A organização familiar implica em estruturar a vida familiar de maneira a satisfazer as necessidades do dia-a-dia, e cumprir todos os ideais mais elevados que uma família precisa atingir para merecer seu devido lugar no seio da família e da sociedade.

As atividades familiares podem ser tão flexíveis quanto necessário para admitir reuniões familiares diversas. As possíveis dificuldades para tais reuniões podem ser cidades diferentes, longas distâncias, horários desencontrados, etc...

Os encontros e reuniões de família permitem aos familiares conhecer-se e apreciar-se mutuamente, e sentir-se parte de uma importante unidade que poderá durar para sempre nesta vida e ultrapassar os limites das fronteiras da eternidade.

Caso as distâncias não permitam reuniões muito freqüentes, as famílias poderão planejar periodicamente reuniões especiais tais como: festas de aniversário, casamentos, batizados, natal, e outras reuniões planejadas.

Além das reuniões, correspondências também poderão contribuir para manter os laços familiares e criar interesses, além de permitir aos parentes que se familiarizem uns com os outros.

Pensemos nos círculos familiares estritos de nossa vida, por onde poderíamos iniciar o trabalho genealógico. Esse círculo familiar será de grande auxílio para iniciarem-se as atividades genealógicas.

Geralmente existem muitos membros da família cujo tempo e habilidade podem ser dedicados à pesquisa. É necessário haver organização no trabalho genealógico, fazendo com que todos contribuam de maneira significativa. Outros possuem informações valiosíssimas referentes a antepassados falecidos que viveram há uma ou mais gerações passadas, ou parentes remotos que viveram em áreas geográficas diferentes. Temos que registrar toda e qualquer informação que os membros mais velhos de nossa família possam Ter. Através destas informações pode-se completar gráficos de quatro gerações, e contar centenas e abranger milhares.

A genealogia é uma das mais belas e úteis ciências, pois é uma ciência auxiliar da História: história das famílias, história das nações. Não devem, portanto, limitar-se apenas em enumerar ascendentes e descendentes.

O genealogista Cardoso de Miranda exalta, com grande propriedade, o aspecto científico da genealogia:

“A genealogia é uma das mais belas e úteis ciências, quando cultivada em função da terra e do sangue.  A preocupação absorvente da gleba e da família, do apego ao chão e às tradições domésticas, fecunda as raízes das árvores genealógicas, que são áridas e frias, inexpressivas e mudas quando redundam em simples enumeração de ascendentes e descendentes.

Florescem seus ramos, enfeitam-se de cor e de som, animam-se e enchem-se de vida, esmaltam-se de glória sentida e compreendida quando investigamos nos alfarrábios e tiramos do pó o espírito dos antepassados para viver suas existências, comungar suas dores, beber suas lições, impregnar-nos de suas virtudes e do heroísmo de seus martírios”.Haverá coisa mais bela que cultuar o sangue de nossos avós, exemplo que devemos imitar? Haverá coisa mais bela que as gestas inefáveis, os feitos gloriosos, os sacrifícios sem nome por amor a Deus e à família?

Para os genealogistas, as demais aplicações utilitaristas da genealogia são acidentais o essencial é este aspecto sublime em que a genealogia é verdadeira ciência da família e da educação. A genealogia é essa ciência de amor, beleza e paz entre os homens, e da lealdade que só devemos procurar pelo seu valor moral acima de qualquer outro.

O que é necessário para fazer genealogia?
Há quatro passos básicos para fazê-la:


1-    desejo sincero
2-    Fé e oração
3-    Intenção e ação
4-    Paciência e perseverança

Um dos princípios fundamentais para executar este trabalho é a fé. O homem que tem fé não duvida, pois dúvida e fé não podem habitar na mesma pessoa ao mesmo tempo. Não se pode evitar que desânimo ou incerteza invadam na mesma pessoa ao mesmo tempo. Não se pode evitar que desânimo ou incerteza invadam sua mente, mas pode-se evitar que brotem e cresçam. O indivíduo deverá expulsá-los para que no seu coração permaneça constantemente a certeza e a esperança da realização de um grande trabalho genealógico.

O primeiro passo é coligir todos os dados possíveis através da organização familiar.

Organizar Folhas de Grupo Familiar
Elaborar Gráfico de Quatro Gerações
Preparar gráficos panorâmicos de parentes colaterais e biografias

Esgotados os recursos familiares, o segundo passo é partir para a pesquisa mais avançada.
Três épocas marcam a existência do ser humano na Terra: o nascimento, o casamento e o falecimento.

Enumeramos agora as três ciências fundamentais para a história do homem:

1- A cronologia
2- A geografia
3- Genealogia

A Cronologia fornece a data em que a ação se passa. Portanto, a época em que os ancestrais viveram. A Geografia refere-se ao lugar onde ação se realiza. Temos, assim, a área geográfica onde os ancestrais viveram. A Genealogia mostra o personagem que faz a ação.

Deve-se verificar a época e a área geográfica que a pessoa viveu, e proceder às pesquisas da seguinte maneira: pesquisar nas Dioceses, Cúrias Metropolitanas, Cartório de Registro Civil, Paróquias, cemitérios, e outras fontes de pesquisa tais como:

Recenseamento, Registro Militar, Registro da Prefeitura, Inventários,                              Registro Agrário, Testamentos, Registro de Imigração, Registros Imobiliários, Arquivo de Estado, Registro de Naturalização  Registros Eleitorais   Registro da Guarda Nacional Pode-se obter mais dados através dos seguintes documentos de identificação: Certidão de Batismo, Cartão de Matrícula de Hospital, Condecorações, Certidão de Casamento Carteira de Estudante, Atestado de Óbito, Carteira de Clubes, Convite de Casamento   Boletim Escolar   Convite de Formatura   Diplomas.

Outras fontes de pesquisa:

Biblioteca Municipal Instituto Histórico e Geográfico Instituto Genealógico Brasileiro.  Sociedade Genealógico de Utah (Estados Unidos), com sucursal em São Paulo à Av. Prof. Francisco Morato, 2430.

Em 1842 a Genealogia já fazia parte do currículo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. O profeta da Igreja incentivou as pesquisas genealógicas e alegou que a genealogia foi a essência das escrituras. Particularmente demonstrou seu grande interesse e amor pelo trabalho genealógico quando afirmou:

“Os nossos propósitos não são pequenos e limitados a um certo número de pessoas.

Nós contemplamos a espécie humana do passado, presente e futuro. Esse trabalho deve ser amplo como a eternidade, e profundo como o amor de Deus”.

A partir de 1842 foram dadas instruções aos membros da Igreja para que pesquisassem sobre seus antepassados. As pesquisas se iniciaram em condições precárias até que, através de uma liderança inspirada, foram estabelecidos certos métodos sistemáticos para o prosseguimento das pesquisas.

Em 1877, o trabalho genealógico atingiu grandes proporções. Foi necessário criar um sistema central de controle para registros, e vários tipos de formulários foram introduzidos.

Em 1927 foi estabelecido o escritório do índice dos registros, e em 1942 foi elaborado a Folha de Grupo Familiar completas.

Os membros foram incentivados não só a identificar seus antepassados de linha direta, como os parentes colaterais. Ficavam, portanto, obrigados a serem genealogistas.

Quanto mais crescia o imenso arquivo tanto mais difícil se tornava o seu manejo. Qualquer pequeno erro poderia fazer com que uma ficha fosse extraviada entre as outras 38.000, pois eram arquivadas manualmente.

A medida que o trabalho genealógico crescia, esse sistema de verificação se tornava mais difícil. O sistema de processamento baseado em computadores iniciou em 1961.

Os nomes apresentados são verificados em um arquivo mestre para prevenir duplicações. Se os nomes estiverem catalogados, a pessoa que os apresentou será notificada a respeito. O acervo crescia de maneira notável, a preocupação da Presidência aumentava. O objetivo era encontrar um lugar seguro, resistente ao fogo, guerra ou erosão. Era necessário preservar os registros demográficos do mundo, vulnerável ao calor e umidade. Sem um armazenamento seguro, a possibilidade de conservação seria impossível.

A Presidência organizou um comitê, que tinha como objetivo explorar a área geográfica de Utah para armazenar os registros que vinham sendo microfilmados pelo mundo.

Finalmente, o Pres. Reuben J. Clark avistou a montanha de granito a 32 km de Salt Lake City (Cidade do Lago Salgado). Lá estava a majestosa montanha de granito! Um lugar forte e seguro, capaz de suportar o intemperismo, e mesmo uma explosão atômica. Seu coração se encheu de alegria e certeza de que a grande obra genealógica prevista pelo profeta seria realizada. Com toda convicção proferiu estas palavras: “Este é o lugar”.



A monumental obra foi concluída em 1965. A estimativa foi um custo de dois milhões de dólares.

Foi construída uma represa com trinta e dois metros de profundidade, água fria e deliciosa, um ambiente muito agradável. A Biblioteca fica situada em túneis de duzentos metros, onde a temperatura é de 14ºC, e dispõe de 1090 armários em cada túnel.

A sociedade genealógica de Utah dispõe de quatro milhões de rolos de microfilmes, cada rolo tem em média 750 exposições (páginas), cada exposição 10 lançamentos.

Todos os meses, aproximadamente quatro mil microfilmes negativos e doze mil microfilmes positivos de trinta metros são processados nos modernos laboratórios de revelação e reprodução da Sociedade Genealógica de Utah.

Os microfilmes negativos são guardados nos amplos depósitos dos cofres de registros da montanha de granito, singular instalação de armazenagem.

Quase que 90m de sólida rocha granítica ergue-se sobre o laboratório e setor administrativo, enquanto que os espaçosos depósitos de arquivo são cobertos por 210, da mesma rocha. O setor de arquivo possui três túneis de acesso guarnecidos de pesadas portas de caixa-forte hermeticamente encaixadas. A capacidade total de armazenamento dos depósitos está estimada como equivalente a 26.000.000 de volumes de trezentas páginas. Poderá ser ampliada se necessário, aumentando-se as escavações.

Seu moderno laboratório de microfilmes é equipado com aparelhos de fabricação especial, e usa as mais recentes técnicas de processamento de microfilmes. Devido às contribuições do dito laboratório à indústria de microfilmes, a Sociedade Genealógica de Utah é procurada como líder por muitas Companhias e órgãos governamentais interessados em novas idéias para o processamento e estocagem de microfilmes.

Depois de passar por minuciosa inspeção, cada filme é catalogado. As Bibliotecas da Sociedade Genealógica de Utah no centro da Cidade do Lago Salgado abriga cópias positivas da maior parte dessa coleção. Ali os interessados são assistidos por uma equipe especialmente treinada no uso do fichário, catálogos, índices e bibliografias, mapas e outros guias de recursos da Biblioteca.

Com simples perguntas o interessado recebe orientação e conselhos abalizados para a solução de problemas a respeito de árvores genealógicas. Todos os setores da Biblioteca dispõem de especialistas para auxiliar os interessados.

Nas salas de leitura, o público dispõe de 250 máquinas para leitura de microfilmes, mais de 870.000 microfilmes de 30 ms estão ali acumulados, representando o equivalente a mais de 4.000.000 de volumes de 300 páginas cada.



Já foram microfilmados 145 países, sendo que alguns muito pouco, e de outros a microfilmagem está completa. A Biblioteca dispõe de 144.000 volumes de genealogia, uma coleção de mais de 7.500.000 de registros, um acervo de 2.300.000 volumes, sem contar os livros de registros demográficos (batismo, nascimento e casamento).

A quantidade maior de registros são os de batismo, casamento e óbitos, e imigrantes do mundo todo, além de outros registros que possam identificar a pessoa que viveu sobre a terra. Os registros foram microfilmados 90% em rolos de 35mm, e 10% em rolos.

A conservação obedece à temperatura de 14% para terem durabilidade infinita. Há no mundo todo 550 sucursais, sendo nos Estados Unidos 96. No Brasil temos 10 sucursais equipadas com leitoras de microfilmes e microfichas. O Brasil possui 10.000 rolos de registros microfilmados que só vão até 1920 devido ao direito privado da família.



Cada ser humano que passa pela terra é um filho especial de Deus, criado à sua imagem e semelhança. Cada um tem uma tradição, uma história, e deixa uma recordação quando seu corpo se decompõe no seio da terra. Sua alma permanece viva e eternamente, e seu nome, sua existência, seus feitos e registros ficam preservados da erosão, do fogo e das intempéries na Eterna Montanha de Granito.


Maria José Pereira Antunes



Um comentário:

  1. Querida irmã Maria José,

    Que lindo seu trabalho ! Parabéns por essas informações tão úteis para quem quer iniciar o trabalho genealógico !!!

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