O propósito desse blog, é compartilhar meus pensamentos, citações e principalmente artigos de genealogia, que tem sido por muitos anos um assunto que tenho estudado e adquirido experiência.

Senti o desejo e a necessidade de deixar um pouco desse legado a todos que tiverem interesse. O profeta do velho testamento Malaquias que viu nossos dias, fez a seguinte profecia: "Ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais ...". Essa profecia feita cerca de 2.400 anos atrás, podemos constatar hoje nesses últimos dias, o cumprimento dela, quando surge um interesse quase inexplicável na nova geração, em conhecer sua origem, e sua a história.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O aspecto biológico da Genealogia




Os estudos genealógicos proporcionam altos subsídios à Biologia e à Eugenia. A Eugenia estuda os fatores que sob o controle social possa melhorar ou prejudicar física e mentalmente as qualidades raciais das gerações futuras.

É uma ciência nova, iniciada por Sir Francis Galton, na metade do século 19. Está especialmente ligada à saúde e ao bem estar biológico do ser humano. O vocábulo Eugenia vem do grego, que significa “boa geração”.

 As pesquisas de Mendel sobre herança e os trabalhos de Darwin trouxeram nova contribuição à Eugenia. O controle da união de consanguíneos e portadores de taras e doenças hereditárias é um dos inúmeros meios de realizar a Eugenia.

A genética tem grande importância para a genealogia por ser o ramo da biologia que trata da herança, da variação, do desenvolvimento e da evolução. É definida atualmente como a ciência da hereditariedade e da variação dos organismos. Seus métodos se baseiam no estudo dos caracteres que surgem na descendência de cruzamentos.

Certos princípios da herança biológica foram aceitos como indiscutíveis, como:


1-    A vida é herdada e com ela as características morfológicas (da forma), fisiológicas (do funcionamento), psicológicas (do comportamento) e do desenvolvimento da espécie.

2-    No recém-nascido reúnem-se várias condições especiais, características dos tecidos e aparelhos que lhe permitam a sobrevida, isto é, manter intacta as potencialidades recebidas por herança através das células sexuais masculina e feminina do pai e da mãe.

3-    Apesar de haver semelhança entre ancestrais e seus descendentes, as pessoas diferem umas das outras.

Essas diferenças são o resultado de variações genéticas que contribuem para dar aos componentes da espécie humana a característica da individualidade, tanto física quanto psicológica. Sob o ponto de vista genético, essas diferenças dizem respeito à cor dos olhos, à disposição esquelética geral, à forma do nariz, os ângulos do rosto, às características do cabelo (liso, ondulado ou crespo). Elas se dão devido às várias combinações dos genes dentro das células sexuais.

 O indivíduo herda traços dos pais, dos avós de ambos e dos parentes mais afastados, atenuando-se progressivamente o vigor das características herdadas de vários cruzamentos de raças, devido à imigração de várias partes do mundo.

Raça é um grupo humano que se distingue de outras congenes por ser portador de certas características físicas hereditariamente transmissíveis. Trata-se de conceito puramente biológico.

Não se deve confundir raça com cultura, nacionalidade, religião ou língua, que conduzem a agrupamentos socioculturais e não biológicos. Por ex. um negro brasileiro e um negro norte-americano descendentes da mesma tribo africana têm raça idêntica, porém sua cultura e nacionalidade são diferentes, pois falam idiomas diversos e têm, possivelmente religiões distintas.

Reconhecem-se facilmente os três grandes troncos raciais: o branco, o negro e o amarelo. Entretanto, como todos os grupos humanos são férteis entre si e se miscigenaram há muitos milênios, é muito difícil chegar a um acordo sobre critérios e consequentemente o número de raças existentes.

Algumas das diferenças físicas entre grupos humanos provêm de diferenças na constituição hereditária e no meio em que se desenvolveram, e estes dois fatores tem grande influência para a continuação da raça. (UNESCO, 1952, declaração racial).

A raça humana pode sofrer a influência dos quatro mecanismos evolutivos:

·         Miscigenação
·         Mutação
·         Seleção natural
·         Derivação genética



Atual também fatores naturais como isolamento geográfico e socioculturais (proibições de casamento, regime de castas, etc.). Não há raça superior ou inferior, nem raça pura. Até agora as experiências feitas não demonstraram que pessoas de várias raças difiram em sua capacidade inata de desenvolvimento intelectual ou emocional.  


Algumas diferenças biológicas entre seres humanos dentro da mesma raça podem ser iguais ou maiores que as mesmas diferenças biológicas entre raças distintas. Não há evidência de que a miscigenação produza resultado desvantajoso sob o ponto de vista biológico. São geralmente fatores socioculturais os que condicionam os bons ou maus resultados dessa miscigenação.

“Todo indivíduo normal, seja qual for sua raça, é essencialmente educável, e sua vida intelectual e moral é em grande parte condicionada pelo seu treinamento e pelo seu meio físico e social”- UNESCO.

Esta observação no homem é difícil de ser feita devido à lentidão com que o homem se desenvolve, e da impossibilidade de se fazer com ele experiências genéticas, só sendo permitido colher observações.

Os estudos genealógicos podem dar lugar a um aumento dos conhecimentos relativos à hereditariedade humana. De fato, contribuíram esses estudos para que noções seguras se estabelecessem.

Confirmaram a transmissibilidade no homem dos caracteres morfológicos, fisiológicos e psicológicos. Consagraram o conceito de que essa transmissibilidade de caracteres seguem as leis de Mendel e que, desses caracteres, uns são dominantes e outros recessivos. Alumiaram o caminho percorrido pelos cientistas na elucidação de problemas de transcendental importância.

Foi o genealogista quem forneceu seguros ao biologista, no que se refere à transmissibilidade de certas moléstias, através de pesquisas genealógicas feita por médicos credenciados. As moléstias herdadas são malformações devido às alterações dos genes:

·         O daltonismo: alteração da percepção de cores trocando o verde pelo vermelho.
·         A hemofilia: sangramento patológico e incontrolável.
·         O albinismo: despigmentação da pele, conferindo ao indivíduo várias cores na pele.

Devemos destacar que a rubéola está hoje reconhecida como a responsável na incidência de malformação cardíaca, alterações visuais, auditivas e deficiências mentais no feto. Não são hereditárias e sim fator ambiental materno, adquiridas na vida intra-uterina, que deve ser rigorosamente observado e tratado.

As moléstias mentais não são, geralmente, hereditárias, com exceção de algumas de ordem neurológica com o comprometimento no sistema nervoso central.

As malformações congênitas do coração são adquiridas na época embrionária do indivíduo. O coração é bastante vulnerável e sujeito a distúrbios e complicações, devido a uma série de fatores, tais como desnutrição e doenças da gestante.

O papel da hereditariedade nas malformações cardíacas é pouco significativa, atribuindo-se apenas 2% delas a alterações de origem genética. Há outras malformações cardíacas adquiridas por febre reumática.

A febre reumática é uma doença febril que se caracteriza por uma artrite migratória dolorosa e com tendência para a lesão cardíaca, que se traduz em moléstia valvular e crônica devido à formação de pequenos nódulos durante a fase aguda da doença.
Esses nódulos desaparecem eventualmente, mas deixam cicatrizes que podem acarretar lesões definitivas nessas válvulas.

A febre reumática aparece geralmente após as infecções de nariz e garganta, ou outras infecções de origem estreptocócicas, atacando os jovens de 6 a 19 anos. A correção cirúrgica das válvulas tem trazido excelentes resultados.

Doenças de chagas (Tripanossomíase americana).
Moléstia parasitária devida a infestação pelo protozoário Tripanossoma Cruzi. Os ninhos de tripanossomas se aninham no coração, destroem as células do miocárdio levando o progressivo enfraquecimento do órgão. É a chamada miocardite chagásica, a redução da capacidade do coração levando-o à taquicardia, hipertrofia das fibras sadias, ou aumento do volume das cavidades e, finalmente, insuficiência cardíaca.

Além disso, o comprometimento do Feixe de His, sistema de condutibilidade nervosa do coração pode levar a diversas formas de anetmia, ou mesmo a bloqueio do coração que pode ser corrigida pelo uso de Marca-Passo cardíaco, aparelho implantado sob a pele ou transportado externamente, que estimula o coração através de impulsos elétricos, possibilitando o transcurso de uma vida normal aos portadores do distúrbio.

Como grande parte das doenças são adquiridas por fatores diversos e algumas são hereditárias, não deve haver preocupação por parte de descendentes de famílias portadoras de certas moléstias ou malformações congênitas.

O genealogista não afirma que a incidência de certas moléstias encontradas num determinado ramo da família podem ser transmitidas à prole.  Os descendentes de portadores de diabetes arteriosclerose ou processo degeneratório das articulações, etc. não devem também se preocupar.

Com o avanço da ciência e medicina, existem recursos para atenuar e até mesmo descartar moléstias hereditárias, como por exemplo, descendentes de portadores de hipertensão diabética ou coronariana, poderão evitar a ocorrência dessas moléstias com uma alimentação balanceada evitando massas, açúcares, gorduras, abstendo-se do álcool, fumo e café.

Praticar exercícios físicos, ginástica e boas caminhadas, além de exames laboratoriais periódicos. A terapia ocupacional também é indispensável para manter a saúde física e mental.                           


Maria José Antunes


Nenhum comentário:

Postar um comentário