Ritual solene e sagrado, mesa posta, composta de pão e
água sobre a alva toalha rendada, encerra reminiscência do derradeiro ato
terreno de confraternização e amor de Jesus, para com seus apóstolos queridos.
Reunidos
no cenáculo, ao redor da mesa posta, Jesus tomou o pão e o abençoou, partiu e
deus aos discípulos dizendo: tomai, comei, isto é o meu corpo. A seguir, tomou
um cálice contendo vinho, tendo dado graças, o deu aos discípulos dizendo:
Bebei dele todos, porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança
derramado em favor de muitos, para a remissão dos pecados.
O
Salvador resumiu neste gesto simbólico, todo o plano de salvação e redenção da
humanidade, através do sacrifício expiatório e o incomensurável ato e amor pelo
seus irmãos e obediência ao Pai.
Nós,
seus filhos, não tivemos o privilégio de participarmos fisicamente do ritual
sagrado da última ceia do Salvador, porém, reunidos na sua Igreja aos domingos,
poderemos participar espiritualmente, enquanto o portador do Sacerdócio,
ajoelhado diante da mesa sacramental roga ao Pai para que abençoe e santifique
o pão e a água para as almas de todos os que partilharem, que o faça em
lembrança do corpo e do sangue de seu amado filho Jesus Cristo para que o
recordem sempre e guardem os mandamentos que ele lhes deu.
Os
santos, com gesto de contrição, inclinam suas cabeças em sinal de reverência e
seus pensamentos, como a velocidade da luz vorando ao tempo e o vento, adentram
o cenáculo e se prostram diante do
cenário marcante. Jesus e seus apóstolos reunidos celebrando a páscoa, numa
reunião formal, reunião de despedida temporária. Jesus com o semblante abatido
pela expectativa do momento crucial, pouco depois proferiu estas palavras:
"A minha alma está triste até a morte."
Durante
a distribuição do sacramento que não ultrapassa alguns minutos o pensamento de
todos os que estão reunidos, se voltam para o cenário de dor, onde se
desenrolou o cerimonial de escárnio e agonia, longas horas, duras horas,
dolorosas horas de sacrifício expiatório para no terceiro dia ressurgir,
quebrando as cadeias da morte física e espiritual.
Os
santos fiéis á seu Salvador, arrependidos de suas fraquezas e falhas cometidas
durante a semana, contritos e cabisbaixos pedem perdão ao Pai e, naquele momento
simbólico e solene, renovam seus convênios feito no dia em que seus corpos
foram sepultado nas águas do batismo, e ressurgiram para uma nova vida, e
também os convênios sagrados, e eternos, feitos no Templo do Senhor.
Estes
santos fiéis, dedicados e corajosos, se tornam a estrutura sólida de suas alas
e edificam as estacas de Sião e levam avante o Reino de Deus até atingir o mais
longínquo recanto da Terra e as ilhas do mar.
Estes
santos que num dia, não muito distante poderão com as mãos limpas e no rosto um
semblante de paz, contemplar a face de seu criador.
Maria José Pereira Antunes
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