O princípio da Genealogia necessita maior divulgação. É
necessário que isto seja feito.Assim, o CHF da Estaca São Paulo Perdizes abre suas portas
àqueles que desejarem conhecer seus ancestrais, mas não alcançam tal
possibilidade por não disporem de meios ou esclarecimentos de como proceder à
pesquisa genealógica.
Por esta razão serão constantemente administradas aulas
práticas de genealogia. O principal propósito é ajudar os interessados a
iniciar o trabalho genealógico, auxiliando-os a romper as barreiras da falta de
conhecimento, temor ou desânimo que freqüentemente impedem as pessoas de
iniciar o trabalho genealógico.
As pesquisas genealógicas não devem ser limitadas a um
pequeno grupo de especialistas, mas todas as pessoas devem engajar-se nessa
grande e importante obra, em favor dos ancestrais desaparecidos no tempo.
A genealogia teve início nos primórdios do tempo. Ela é,
portanto, a origem, a fonte, a procedência, ligando o passado ao presente.
Os primeiros registros genealógicos foram feitos quando
surgia a humanidade. Vemos Gênesis 5: 1-32, o primeiro livro da Bíblia, o
registro da genealogia de Adão. No livro de Neemias 7:5-6 temos o seguinte:
“Então Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres, os magistrados
e o povo para registrar as genealogias. E achei o livro da genealogia dos que
subiram primeiro, e assim achei escrito nele: Estes são os filhos da província
que subiram do cativeiro dentre os exilados que Nabucodonosor, rei da
Babilônia, levava para o exílio, e que voltaram para Jerusalém e para Judá,
cada um para sua cidade” descreve o nome das famílias e seus descendentes, no
total de quarenta e dois mil trezentos e sessenta pessoas. No versículo 64
temos o seguinte: “Estes procuraram os seus registros nos livros de
genealogias, porém não os acharam, pelo que foram tidos por imundos para o
sacerdócio”.
Os livros de Mateus e Marcos registraram a genealogia de
Jesus Cristo. O livro de 1º Timóteo 1:4 diz o seguinte: “Não se ocupem com
fábulas e genealogias intermináveis, que antes promovem discussões do que o
serviço de Deus”. Dedicavam-se com tal extremo à genealogia, que foi-lhes
solicitado que fossem comedidos a esse respeito.
Como já foi dito, a genealogia é o estudo da família,
estirpe ou linhagem. Deve iniciar com a família imediata, que é a organização
familiar que vive em comum sob o mesmo teto, e outras pessoas que podem não
viver na mesma casa, mas que são estreitamente aparentadas, como avós, bisavós,
tias, primos, etc...
A organização familiar implica em estruturar a vida familiar
de maneira a satisfazer as necessidades do dia-a-dia, e cumprir todos os ideais
mais elevados que uma família precisa atingir para merecer seu devido lugar no
seio da família e da sociedade.
As atividades familiares podem ser tão flexíveis quanto
necessário para admitir reuniões familiares diversas. As possíveis dificuldades
para tais reuniões podem ser cidades diferentes, longas distâncias, horários
desencontrados, etc...
Os encontros e reuniões de família permitem aos familiares
conhecer-se e apreciar-se mutuamente, e sentir-se parte de uma importante
unidade que poderá durar para sempre nesta vida e ultrapassar os limites das
fronteiras da eternidade.
Caso as distâncias não permitam reuniões muito freqüentes,
as famílias poderão planejar periodicamente reuniões especiais tais como:
festas de aniversário, casamentos, batizados, natal, e outras reuniões
planejadas.
Além das reuniões, correspondências também poderão
contribuir para manter os laços familiares e criar interesses, além de permitir
aos parentes que se familiarizem uns com os outros.
Pensemos nos círculos familiares estritos de nossa vida, por
onde poderíamos iniciar o trabalho genealógico. Esse círculo familiar será de
grande auxílio para iniciarem-se as atividades genealógicas.
Geralmente existem muitos membros da família cujo tempo e
habilidade podem ser dedicados à pesquisa. É necessário haver organização no
trabalho genealógico, fazendo com que todos contribuam de maneira
significativa. Outros possuem informações valiosíssimas referentes a
antepassados falecidos que viveram há uma ou mais gerações passadas, ou
parentes remotos que viveram em áreas geográficas diferentes. Temos que
registrar toda e qualquer informação que os membros mais velhos de nossa
família possam Ter. Através destas informações pode-se completar gráficos de
quatro gerações, e contar centenas e abranger milhares.
A genealogia é uma das mais belas e úteis ciências, pois é
uma ciência auxiliar da História: história das famílias, história das nações.
Não devem, portanto, limitar-se apenas em enumerar ascendentes e descendentes.
O genealogista Cardoso de Miranda exalta, com grande
propriedade, o aspecto científico da genealogia:
“A genealogia é uma das mais belas e úteis ciências, quando
cultivada em função da terra e do sangue.
A preocupação absorvente da gleba e da família, do apego ao chão e às
tradições domésticas, fecunda as raízes das árvores genealógicas, que são
áridas e frias, inexpressivas e mudas quando redundam em simples enumeração de
ascendentes e descendentes.
Florescem seus ramos, enfeitam-se de cor e de som, animam-se
e enchem-se de vida, esmaltam-se de glória sentida e compreendida quando
investigamos nos alfarrábios e tiramos do pó o espírito dos antepassados para
viver suas existências, comungar suas dores, beber suas lições, impregnar-nos
de suas virtudes e do heroísmo de seus martírios”.Haverá coisa mais bela que cultuar o sangue de nossos avós,
exemplo que devemos imitar? Haverá coisa mais bela que as gestas inefáveis, os
feitos gloriosos, os sacrifícios sem nome por amor a Deus e à família?
Para os genealogistas, as demais aplicações utilitaristas da
genealogia são acidentais o essencial é este aspecto sublime em que a
genealogia é verdadeira ciência da família e da educação. A genealogia é essa
ciência de amor, beleza e paz entre os homens, e da lealdade que só devemos
procurar pelo seu valor moral acima de qualquer outro.
O que é necessário para fazer genealogia?
Há quatro passos básicos para fazê-la:
1- desejo sincero
2- Fé e oração
3- Intenção e ação
4- Paciência e perseverança
Um dos princípios fundamentais para executar este trabalho é
a fé. O homem que tem fé não duvida, pois dúvida e fé não podem habitar na
mesma pessoa ao mesmo tempo. Não se pode evitar que desânimo ou incerteza
invadam na mesma pessoa ao mesmo tempo. Não se pode evitar que desânimo ou
incerteza invadam sua mente, mas pode-se evitar que brotem e cresçam. O
indivíduo deverá expulsá-los para que no seu coração permaneça constantemente a
certeza e a esperança da realização de um grande trabalho genealógico.
O primeiro passo é coligir todos os dados possíveis através
da organização familiar.
Organizar Folhas de Grupo Familiar
Elaborar Gráfico de Quatro Gerações
Preparar gráficos panorâmicos de parentes colaterais e
biografias
Esgotados os recursos familiares, o segundo passo é partir
para a pesquisa mais avançada.
Três épocas marcam a existência do ser humano na Terra: o
nascimento, o casamento e o falecimento.
Enumeramos agora as três ciências fundamentais para a
história do homem:
1- A cronologia
2- A geografia
3- Genealogia
A Cronologia fornece a data em que a ação se passa.
Portanto, a época em que os ancestrais viveram. A Geografia refere-se ao lugar onde ação se realiza. Temos,
assim, a área geográfica onde os ancestrais viveram. A Genealogia mostra o personagem que faz a ação.
Deve-se verificar a época e a área geográfica que a pessoa
viveu, e proceder às pesquisas da seguinte maneira: pesquisar nas Dioceses,
Cúrias Metropolitanas, Cartório de Registro Civil, Paróquias, cemitérios, e
outras fontes de pesquisa tais como:
Recenseamento, Registro Militar, Registro
da Prefeitura, Inventários, Registro Agrário, Testamentos, Registro de Imigração, Registros
Imobiliários, Arquivo de Estado, Registro de
Naturalização Registros Eleitorais Registro da Guarda Nacional Pode-se obter mais dados através dos seguintes documentos de
identificação: Certidão de Batismo, Cartão
de Matrícula de Hospital, Condecorações, Certidão de Casamento Carteira de Estudante, Atestado
de Óbito, Carteira de Clubes, Convite de Casamento Boletim Escolar Convite de Formatura Diplomas.
Outras fontes de pesquisa:
Biblioteca Municipal Instituto Histórico e Geográfico Instituto Genealógico Brasileiro. Sociedade Genealógico de Utah (Estados Unidos), com sucursal
em São Paulo
à Av. Prof. Francisco Morato, 2430.
Em 1842 a
Genealogia já fazia parte do currículo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias. O profeta da Igreja incentivou as pesquisas genealógicas e alegou
que a genealogia foi a essência das escrituras. Particularmente demonstrou seu
grande interesse e amor pelo trabalho genealógico quando afirmou:
“Os nossos propósitos não são pequenos e limitados a um
certo número de pessoas.
Nós contemplamos a espécie humana do passado, presente e
futuro. Esse trabalho deve ser amplo como a eternidade, e profundo como o amor
de Deus”.
A partir de 1842 foram dadas instruções aos membros da
Igreja para que pesquisassem sobre seus antepassados. As pesquisas se iniciaram
em condições precárias até que, através de uma liderança inspirada, foram
estabelecidos certos métodos sistemáticos para o prosseguimento das pesquisas.
Em 1877, o trabalho genealógico atingiu grandes proporções.
Foi necessário criar um sistema central de controle para registros, e vários
tipos de formulários foram introduzidos.
Em 1927 foi estabelecido o escritório do índice dos
registros, e em 1942 foi elaborado a Folha de Grupo Familiar completas.
Os membros foram incentivados não só a identificar seus
antepassados de linha direta, como os parentes colaterais. Ficavam, portanto,
obrigados a serem genealogistas.
Quanto mais crescia o imenso arquivo tanto mais difícil se
tornava o seu manejo. Qualquer pequeno erro poderia fazer com que uma ficha
fosse extraviada entre as outras 38.000, pois eram arquivadas manualmente.
A medida que o trabalho genealógico crescia, esse sistema de
verificação se tornava mais difícil. O sistema de processamento baseado em
computadores iniciou em 1961.
Os nomes apresentados são verificados em um arquivo mestre
para prevenir duplicações. Se os nomes estiverem catalogados, a pessoa que os
apresentou será notificada a respeito. O acervo crescia de maneira notável, a preocupação da
Presidência aumentava. O objetivo era encontrar um lugar seguro, resistente ao
fogo, guerra ou erosão. Era necessário preservar os registros demográficos do
mundo, vulnerável ao calor e umidade. Sem um armazenamento seguro, a
possibilidade de conservação seria impossível.
A Presidência organizou um comitê, que tinha como objetivo
explorar a área geográfica de Utah para armazenar os registros que vinham sendo
microfilmados pelo mundo.
Finalmente, o Pres. Reuben J. Clark avistou a montanha de
granito a 32 km
de Salt Lake City (Cidade do Lago Salgado). Lá estava a majestosa montanha de
granito! Um lugar forte e seguro, capaz de suportar o intemperismo, e mesmo uma
explosão atômica. Seu coração se encheu de alegria e certeza de que a grande
obra genealógica prevista pelo profeta seria realizada. Com toda convicção
proferiu estas palavras: “Este é o lugar”.
A monumental obra foi concluída em 1965. A estimativa foi um
custo de dois milhões de dólares.
Foi construída uma represa com trinta e dois metros de
profundidade, água fria e deliciosa, um ambiente muito agradável. A Biblioteca fica situada em túneis de duzentos metros, onde
a temperatura é de 14ºC, e dispõe de 1090 armários em cada túnel.
A sociedade genealógica de Utah dispõe de quatro milhões de
rolos de microfilmes, cada rolo tem em média 750 exposições (páginas), cada
exposição 10 lançamentos.
Todos os meses, aproximadamente quatro mil microfilmes
negativos e doze mil microfilmes positivos de trinta metros são processados nos
modernos laboratórios de revelação e reprodução da Sociedade Genealógica de
Utah.
Os microfilmes negativos são guardados nos amplos depósitos
dos cofres de registros da montanha de granito, singular instalação de
armazenagem.
Quase que 90m de sólida rocha granítica ergue-se sobre o
laboratório e setor administrativo, enquanto que os espaçosos depósitos de
arquivo são cobertos por 210, da mesma rocha. O setor de arquivo possui três túneis de acesso guarnecidos
de pesadas portas de caixa-forte hermeticamente encaixadas. A capacidade total
de armazenamento dos depósitos está estimada como equivalente a 26.000.000 de
volumes de trezentas páginas. Poderá ser ampliada se necessário, aumentando-se
as escavações.
Seu moderno laboratório de microfilmes é equipado com
aparelhos de fabricação especial, e usa as mais recentes técnicas de
processamento de microfilmes. Devido às contribuições do dito laboratório à
indústria de microfilmes, a Sociedade Genealógica de Utah é procurada como
líder por muitas Companhias e órgãos governamentais interessados em novas
idéias para o processamento e estocagem de microfilmes.
Depois de passar por minuciosa inspeção, cada filme é
catalogado. As Bibliotecas da Sociedade Genealógica de Utah no centro da Cidade
do Lago Salgado abriga cópias positivas da maior parte dessa coleção. Ali os
interessados são assistidos por uma equipe especialmente treinada no uso do
fichário, catálogos, índices e bibliografias, mapas e outros guias de recursos
da Biblioteca.
Com simples perguntas o interessado recebe orientação e
conselhos abalizados para a solução de problemas a respeito de árvores
genealógicas. Todos os setores da Biblioteca dispõem de especialistas para
auxiliar os interessados.
Nas salas de leitura, o público dispõe de 250 máquinas para
leitura de microfilmes, mais de 870.000 microfilmes de 30 ms estão ali
acumulados, representando o equivalente a mais de 4.000.000 de volumes de 300
páginas cada.
Já foram microfilmados 145 países, sendo que alguns muito
pouco, e de outros a microfilmagem está completa. A Biblioteca dispõe de
144.000 volumes de genealogia, uma coleção de mais de 7.500.000 de registros,
um acervo de 2.300.000 volumes, sem contar os livros de registros demográficos
(batismo, nascimento e casamento).
A quantidade maior de registros são os de batismo, casamento
e óbitos, e imigrantes do mundo todo, além de outros registros que possam
identificar a pessoa que viveu sobre a terra. Os registros foram microfilmados
90% em rolos de 35mm, e 10% em rolos.
A conservação obedece à temperatura de 14% para terem
durabilidade infinita. Há no mundo todo 550 sucursais, sendo nos Estados Unidos 96.
No Brasil temos 10 sucursais equipadas com leitoras de microfilmes e
microfichas. O Brasil possui 10.000 rolos de registros microfilmados que só vão
até 1920 devido ao direito privado da família.
Cada ser humano que passa pela terra é um filho especial de
Deus, criado à sua imagem e semelhança. Cada um tem uma tradição, uma história,
e deixa uma recordação quando seu corpo se decompõe no seio da terra. Sua alma
permanece viva e eternamente, e seu nome, sua existência, seus feitos e
registros ficam preservados da erosão, do fogo e das intempéries na Eterna
Montanha de Granito.
Maria José Pereira Antunes