O propósito desse blog, é compartilhar meus pensamentos, citações e principalmente artigos de genealogia, que tem sido por muitos anos um assunto que tenho estudado e adquirido experiência.

Senti o desejo e a necessidade de deixar um pouco desse legado a todos que tiverem interesse. O profeta do velho testamento Malaquias que viu nossos dias, fez a seguinte profecia: "Ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais ...". Essa profecia feita cerca de 2.400 anos atrás, podemos constatar hoje nesses últimos dias, o cumprimento dela, quando surge um interesse quase inexplicável na nova geração, em conhecer sua origem, e sua a história.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O aspecto moral da Genealogia



No mundo antigo surgia a falsa afirmação de que a genealogia só serve para cultuar um passado morto e reviver vaidades perdidas.

A genealogia tem grande importância em nossos dias, não só por simpatia pelos ancestrais, ou para descobrir um passado feliz, pela revisão dos valores morais e das justas precedências hierárquicas.



A genealogia é uma ciência conservadora dos direitos das famílias e dos soberanos, faz recair sobre os que merecem celebridade, jactos de glória e esplendor que a posteridade jamais recusa aos príncipes que se dedicaram aos destinos e felicidade das nações, e transmite freqüentemente de uma família a outra o poder reinar sobre diferentes povos, e impõe aos descendentes o respeito, o reconhecimento das virtudes sólidas e atributos que lhes dá o direito respeitável de serem sobre a terra os representantes da justiça e do bem público.

A genealogia é importante não só de ordem histórica, mas também social, biológica e pedagógica. É indispensável aos que querem escrever, ensinar ou conhecer de uma maneira precisa e verdadeira a história das famílias e de cada nação. É uma ciência-mãe para os que se entregam ao exercício do direito público da diplomacia e da política.

Ninguém podia raciocinar sobre os direitos de seu príncipe, representá-lo nas cortes estrangeiras, servir seus interesses como ministro ou como homem público, se não conhecesse a fundo a história genealógica de sua casa e de suas alianças.

A história não pode deter o seu curso. Sendo assim, não se pode deixar de estudar o passado, que poderá influenciar o futuro e que é um patrimônio da humanidade, pois a tradição e o que se passa adiante não morre, e não sabemos o que o futuro nos reserva com toda série de imprevistos e sucessos espantosos.

Os utilitaristas dão à genealogia valor econômico e social nas questões de herança ou outras questões menos nobres que as virtudes e valores dos ancestrais, que devem ser o elo de honra de cada família, paradigma das gerações e símbolo da grandeza das nações.

Os heróis, os santos, os grandes sábios e artistas, personalidades que se destacaram na vida pública pela sua dedicação e, sobretudo, por virtudes de suas altas qualidades morais, sem dúvida tem na continuidade do sangue uma importância enorme pela influência que o seu exemplo deve exercer.

A nobreza medieval se distingue perfeitamente da aristocracia do passado.

A nobreza é uma instituição cristã, porque a nobreza é o valor moral, é a grandeza a serviço do bem, a força a serviço da verdade, da justiça, do valor da dedicação do espírito de renúncia, protegendo o fraco, defendendo o humilde, as viúvas, os órfãos, respeitando a todos. A nobreza abrange a todos os homens nas suas altas qualidades morais, pois nobreza quer dizer caráter, virtude.

A aristocracia da antigüidade não se distingue por estes traços de unificação, eram apenas famílias poderosas. Os patrícios de Roma ou os arcontes de Atenas tinham a escravidão por base, e desconheciam totalmente a noção de caridade que caracteriza a nobreza, que é baseada no amor aos seus semelhantes.

A nobreza é, pois, mais que a decisiva afirmação da família e dos princípios da vida social cristã.

Há de honrar-nos, portanto, saber as virtudes dos nossos ancestrais que construíram esta civilização, e que foram esteio dessa ordem maravilhosa.
Se nossos ancestrais tiveram erros não devemos nos decepcionar e, para repará-los, as futuras gerações devem empenhar-se em aumentar o mérito das suas famílias. Se ficam as honras, ficam as faltas que devem ser reparadas com mais honra. E isto é forte na pedagogia social.

A genealogia, mais que todas as outras ciências, é a ciência do valor humano da civilização. Não é apenas a ciência biológica materialmente falando, do valor do sangue, mas sobretudo, do espírito que deve animar e conduzir esse sangue. É espiritualista no mais alto sentido, porque transfere às gerações pósteras todo um manancial de ensinamentos e de bom nome, de justiça e coragem, de disciplina e hierarquia, de honra, correção e lealdade.

A sociedade só é grande quando as famílias tem ordem e dignidade. E quando uma sociedade é assim superior, a civilização que a envolve é grandiosa, próspera, magnífica.

Sem dúvida a nobreza é a floração mais preciosa das famílias cristãs, por tudo quanto nela é elevado e magnânimo. Foi por isso que a nobreza, sendo a mais diminuta e restrita de todas as classes sociais deu à igreja o maior número de mártires e santos, a começar por nosso Senhor Jesus Cristo, Príncipe da casa Real de Davi.

A genealogia é mister dos que honram a sua linhagem, sejam elas quais forem, embora despeitosamente chamem isto de justa ou injusta vaidade, o que vem afirmar pouca dignidade e nobreza, porque o nobre é modesto e afável, sem orgulho e preconceito.



Os genealogistas se baseiam na história como guia para mostrarmos a utilidade de critérios genealógicos, pela ação do homem dentro do tempo e do espaço, na política e na sociedade, sendo que destas duas encontraremos os aspectos pedagógicos e biológicos.                        

                                               
Maria José Antunes.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O aspecto biológico da Genealogia




Os estudos genealógicos proporcionam altos subsídios à Biologia e à Eugenia. A Eugenia estuda os fatores que sob o controle social possa melhorar ou prejudicar física e mentalmente as qualidades raciais das gerações futuras.

É uma ciência nova, iniciada por Sir Francis Galton, na metade do século 19. Está especialmente ligada à saúde e ao bem estar biológico do ser humano. O vocábulo Eugenia vem do grego, que significa “boa geração”.

 As pesquisas de Mendel sobre herança e os trabalhos de Darwin trouxeram nova contribuição à Eugenia. O controle da união de consanguíneos e portadores de taras e doenças hereditárias é um dos inúmeros meios de realizar a Eugenia.

A genética tem grande importância para a genealogia por ser o ramo da biologia que trata da herança, da variação, do desenvolvimento e da evolução. É definida atualmente como a ciência da hereditariedade e da variação dos organismos. Seus métodos se baseiam no estudo dos caracteres que surgem na descendência de cruzamentos.

Certos princípios da herança biológica foram aceitos como indiscutíveis, como:


1-    A vida é herdada e com ela as características morfológicas (da forma), fisiológicas (do funcionamento), psicológicas (do comportamento) e do desenvolvimento da espécie.

2-    No recém-nascido reúnem-se várias condições especiais, características dos tecidos e aparelhos que lhe permitam a sobrevida, isto é, manter intacta as potencialidades recebidas por herança através das células sexuais masculina e feminina do pai e da mãe.

3-    Apesar de haver semelhança entre ancestrais e seus descendentes, as pessoas diferem umas das outras.

Essas diferenças são o resultado de variações genéticas que contribuem para dar aos componentes da espécie humana a característica da individualidade, tanto física quanto psicológica. Sob o ponto de vista genético, essas diferenças dizem respeito à cor dos olhos, à disposição esquelética geral, à forma do nariz, os ângulos do rosto, às características do cabelo (liso, ondulado ou crespo). Elas se dão devido às várias combinações dos genes dentro das células sexuais.

 O indivíduo herda traços dos pais, dos avós de ambos e dos parentes mais afastados, atenuando-se progressivamente o vigor das características herdadas de vários cruzamentos de raças, devido à imigração de várias partes do mundo.

Raça é um grupo humano que se distingue de outras congenes por ser portador de certas características físicas hereditariamente transmissíveis. Trata-se de conceito puramente biológico.

Não se deve confundir raça com cultura, nacionalidade, religião ou língua, que conduzem a agrupamentos socioculturais e não biológicos. Por ex. um negro brasileiro e um negro norte-americano descendentes da mesma tribo africana têm raça idêntica, porém sua cultura e nacionalidade são diferentes, pois falam idiomas diversos e têm, possivelmente religiões distintas.

Reconhecem-se facilmente os três grandes troncos raciais: o branco, o negro e o amarelo. Entretanto, como todos os grupos humanos são férteis entre si e se miscigenaram há muitos milênios, é muito difícil chegar a um acordo sobre critérios e consequentemente o número de raças existentes.

Algumas das diferenças físicas entre grupos humanos provêm de diferenças na constituição hereditária e no meio em que se desenvolveram, e estes dois fatores tem grande influência para a continuação da raça. (UNESCO, 1952, declaração racial).

A raça humana pode sofrer a influência dos quatro mecanismos evolutivos:

·         Miscigenação
·         Mutação
·         Seleção natural
·         Derivação genética



Atual também fatores naturais como isolamento geográfico e socioculturais (proibições de casamento, regime de castas, etc.). Não há raça superior ou inferior, nem raça pura. Até agora as experiências feitas não demonstraram que pessoas de várias raças difiram em sua capacidade inata de desenvolvimento intelectual ou emocional.  


Algumas diferenças biológicas entre seres humanos dentro da mesma raça podem ser iguais ou maiores que as mesmas diferenças biológicas entre raças distintas. Não há evidência de que a miscigenação produza resultado desvantajoso sob o ponto de vista biológico. São geralmente fatores socioculturais os que condicionam os bons ou maus resultados dessa miscigenação.

“Todo indivíduo normal, seja qual for sua raça, é essencialmente educável, e sua vida intelectual e moral é em grande parte condicionada pelo seu treinamento e pelo seu meio físico e social”- UNESCO.

Esta observação no homem é difícil de ser feita devido à lentidão com que o homem se desenvolve, e da impossibilidade de se fazer com ele experiências genéticas, só sendo permitido colher observações.

Os estudos genealógicos podem dar lugar a um aumento dos conhecimentos relativos à hereditariedade humana. De fato, contribuíram esses estudos para que noções seguras se estabelecessem.

Confirmaram a transmissibilidade no homem dos caracteres morfológicos, fisiológicos e psicológicos. Consagraram o conceito de que essa transmissibilidade de caracteres seguem as leis de Mendel e que, desses caracteres, uns são dominantes e outros recessivos. Alumiaram o caminho percorrido pelos cientistas na elucidação de problemas de transcendental importância.

Foi o genealogista quem forneceu seguros ao biologista, no que se refere à transmissibilidade de certas moléstias, através de pesquisas genealógicas feita por médicos credenciados. As moléstias herdadas são malformações devido às alterações dos genes:

·         O daltonismo: alteração da percepção de cores trocando o verde pelo vermelho.
·         A hemofilia: sangramento patológico e incontrolável.
·         O albinismo: despigmentação da pele, conferindo ao indivíduo várias cores na pele.

Devemos destacar que a rubéola está hoje reconhecida como a responsável na incidência de malformação cardíaca, alterações visuais, auditivas e deficiências mentais no feto. Não são hereditárias e sim fator ambiental materno, adquiridas na vida intra-uterina, que deve ser rigorosamente observado e tratado.

As moléstias mentais não são, geralmente, hereditárias, com exceção de algumas de ordem neurológica com o comprometimento no sistema nervoso central.

As malformações congênitas do coração são adquiridas na época embrionária do indivíduo. O coração é bastante vulnerável e sujeito a distúrbios e complicações, devido a uma série de fatores, tais como desnutrição e doenças da gestante.

O papel da hereditariedade nas malformações cardíacas é pouco significativa, atribuindo-se apenas 2% delas a alterações de origem genética. Há outras malformações cardíacas adquiridas por febre reumática.

A febre reumática é uma doença febril que se caracteriza por uma artrite migratória dolorosa e com tendência para a lesão cardíaca, que se traduz em moléstia valvular e crônica devido à formação de pequenos nódulos durante a fase aguda da doença.
Esses nódulos desaparecem eventualmente, mas deixam cicatrizes que podem acarretar lesões definitivas nessas válvulas.

A febre reumática aparece geralmente após as infecções de nariz e garganta, ou outras infecções de origem estreptocócicas, atacando os jovens de 6 a 19 anos. A correção cirúrgica das válvulas tem trazido excelentes resultados.

Doenças de chagas (Tripanossomíase americana).
Moléstia parasitária devida a infestação pelo protozoário Tripanossoma Cruzi. Os ninhos de tripanossomas se aninham no coração, destroem as células do miocárdio levando o progressivo enfraquecimento do órgão. É a chamada miocardite chagásica, a redução da capacidade do coração levando-o à taquicardia, hipertrofia das fibras sadias, ou aumento do volume das cavidades e, finalmente, insuficiência cardíaca.

Além disso, o comprometimento do Feixe de His, sistema de condutibilidade nervosa do coração pode levar a diversas formas de anetmia, ou mesmo a bloqueio do coração que pode ser corrigida pelo uso de Marca-Passo cardíaco, aparelho implantado sob a pele ou transportado externamente, que estimula o coração através de impulsos elétricos, possibilitando o transcurso de uma vida normal aos portadores do distúrbio.

Como grande parte das doenças são adquiridas por fatores diversos e algumas são hereditárias, não deve haver preocupação por parte de descendentes de famílias portadoras de certas moléstias ou malformações congênitas.

O genealogista não afirma que a incidência de certas moléstias encontradas num determinado ramo da família podem ser transmitidas à prole.  Os descendentes de portadores de diabetes arteriosclerose ou processo degeneratório das articulações, etc. não devem também se preocupar.

Com o avanço da ciência e medicina, existem recursos para atenuar e até mesmo descartar moléstias hereditárias, como por exemplo, descendentes de portadores de hipertensão diabética ou coronariana, poderão evitar a ocorrência dessas moléstias com uma alimentação balanceada evitando massas, açúcares, gorduras, abstendo-se do álcool, fumo e café.

Praticar exercícios físicos, ginástica e boas caminhadas, além de exames laboratoriais periódicos. A terapia ocupacional também é indispensável para manter a saúde física e mental.                           


Maria José Antunes


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Reunião Sacramental



Ritual solene e sagrado, mesa posta, composta de pão e água sobre a alva toalha rendada, encerra reminiscência do derradeiro ato terreno de confraternização e amor de Jesus, para com seus apóstolos queridos.
             
Reunidos no cenáculo, ao redor da mesa posta, Jesus tomou o pão e o abençoou, partiu e deus aos discípulos dizendo: tomai, comei, isto é o meu corpo. A seguir, tomou um cálice contendo vinho, tendo dado graças, o deu aos discípulos dizendo: Bebei dele todos, porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança derramado em favor de muitos, para a remissão dos pecados.
             
O Salvador resumiu neste gesto simbólico, todo o plano de salvação e redenção da humanidade, através do sacrifício expiatório e o incomensurável ato e amor pelo seus irmãos e obediência ao Pai.
             
Nós, seus filhos, não tivemos o privilégio de participarmos fisicamente do ritual sagrado da última ceia do Salvador, porém, reunidos na sua Igreja aos domingos, poderemos participar espiritualmente, enquanto o portador do Sacerdócio, ajoelhado diante da mesa sacramental roga ao Pai para que abençoe e santifique o pão e a água para as almas de todos os que partilharem, que o faça em lembrança do corpo e do sangue de seu amado filho Jesus Cristo para que o recordem sempre e guardem os mandamentos que ele lhes deu.

        
Os santos, com gesto de contrição, inclinam suas cabeças em sinal de reverência e seus pensamentos, como a velocidade da luz vorando ao tempo e o vento, adentram o cenáculo e se prostram  diante do cenário marcante. Jesus e seus apóstolos reunidos celebrando a páscoa, numa reunião formal, reunião de despedida temporária. Jesus com o semblante abatido pela expectativa do momento crucial, pouco depois proferiu estas palavras: "A minha alma está triste até a morte."                                                                                                                                   

Durante a distribuição do sacramento que não ultrapassa alguns minutos o pensamento de todos os que estão reunidos, se voltam para o cenário de dor, onde se desenrolou o cerimonial de escárnio e agonia, longas horas, duras horas, dolorosas horas de sacrifício expiatório para no terceiro dia ressurgir, quebrando as cadeias da morte física e espiritual.
             
Os santos fiéis á seu Salvador, arrependidos de suas fraquezas e falhas cometidas durante a semana, contritos e cabisbaixos pedem perdão ao Pai e, naquele momento simbólico e solene, renovam seus convênios feito no dia em que seus corpos foram sepultado nas águas do batismo, e ressurgiram para uma nova vida, e também os convênios sagrados, e eternos, feitos no Templo do Senhor.
             
Estes santos fiéis, dedicados e corajosos, se tornam a estrutura sólida de suas alas e edificam as estacas de Sião e levam avante o Reino de Deus até atingir o mais longínquo recanto da Terra e as ilhas do mar.
             
Estes santos que num dia, não muito distante poderão com as mãos limpas e no rosto um semblante de paz, contemplar a face de seu criador.
   


                                                                                                Maria José Pereira Antunes 

terça-feira, 24 de abril de 2012

O Livro de Recordações


Os homens, em eras remotas, se comunicavam uns com os outros, registravam suas idéias, acontecimentos, deixavam mensagem, valendo-se de desenhos. Estes, porém, em sua maioria, seriam obras de arte, e não escrita pictórica.

 A pictografia – sistema primitivo de escrita no qual as idéias são expressas por meio de desenhos das coisas ou figuras simbólicas, por exemplo: o desenho de um peixe para figurar um peixe, o contorno de um antílope pastando, o intuito é comunicar aos semelhantes “aqui há lugares apropriados à caça”. “Abelha” para designar rei.

  
Estes símbolos representando idéias, qualidades e ações passaram ao de ideograma, fase da escrita que se chama ideografia (idéia figurada).

A escrita pictórica foi praticada por inúmeros povos primitivos desenvolvendo-se enormemente entre os babilônicos e egípcios, e veio a ser a origem da escrita chinesa atual.

Há cerca de 3500 anos, provavelmente, os sacerdotes da Babilônia começaram a registrar o número de ovelhas e novilhos que se enviavam ao templo, por meio de figuras desenhadas em argila úmida. Essa escrita chamava-se Cuneiforme, ou em forma de cunha, porque cada traço do desenho tem o aspecto de cunha, de prego e de cravo.

Em nossos dias a ideografia ou idéia figurada é usada para o trânsito de veículo, como crianças, setas cruzamentos; bem como o crânio sobre duas tíbias, que se vê nos frascos de veneno.


Foi muito difícil aos primeiros homens exprimirem seus pensamentos por processos ideográficos, porque suas mensagens poderiam ser interpretadas de diversas maneiras por leitores diferentes. A necessidade de precisão foi aperfeiçoando o método. Os símbolos começaram a representar combinações de som.

Aproximadamente IV séculos a. C. os gregos conseguiram unificar o alfabeto que ainda hoje perdura de 24 caracteres. As letras gregas, com alterações e acréscimos foram transmitidas aos povos da Europa ocidental, através do alfabeto latino que baseiam no alfabeto romano que data aproximadamente 2.500 anos; destes procede nosso idioma português.

A escrita foi inventada na Suméria no meado do IV milênio a. C. período proto-história que sucede imediatamente no limiar da história, que fica entre as brumas da pré-história, época do aparecimento sobre a terra de hominídios (espécime dos Hominidas da família de mamíferos primatas que tem por tipo o homem).
Esse período pode-se divisar através dos restos deixados por sua cultura, que foi pesquisado, descoberto e reconstruído através da arqueologia, culturas e civilizações desaparecidas.

Restos são os sobejos remanescentes de uma era de ocupação humana: ossos e dentes, objetos de todo gênero, ruínas, traços ou impressões de tecidos, de trançados, grãos de cereais ou suas impressões, pólen, cacos de cerâmicas, conchas, ossos de animais; restos carbonizados de antiga fogueira ou lareira, detritos acumulados; nada que possa identificar impressões genealógicas concretas.

Existem apenas alguns documentos com impressões genealógicas escritas a partir de 3500 a. C. na Sumérica e no Egito, embora fragmentário, incompletos e de difícil interpretação.

Outros documentos valiosíssimos concernentes a história da humanidade contido nos setecentos mil volumes em rolos de papiros da biblioteca da Alexandria foram inutilizados pelas tropas de Júlio César no ano de 390, restaurado por Marco Antônio, e destruídos de vez, em 640 A.D. pelo incêndio da biblioteca causado por Omar I segundo califa mulçumano.

Há outros registros históricos de suma importância, que foram preservados pelo poder divino e chegou até os dias atuais, embora adulterados por várias traduções; estão compilados no Velho Testamento.

Deus tem se comunicado com alguns homens especiais, denominados profetas, e inspirando-os a escrever acontecimentos históricos relacionados às famílias da terra. Alguns dos profetas recebiam revelações de Deus, concernente ao passado e futuro de acontecimentos sagrados, através de um instrumento denominado “Urim e Tumim”.

Podemos encontrar referências a esse instrumento nos livros: Números-Capítulo 27 versículo 21 e Êxodo-Capítulo 28 versículo 30, Levítico-Capítulo 8 versículo 7 e 8. Moisés escreveu os cinco primeiros livros do Velho Testamento, relatou acontecimentos importantes a respeito da criação do mundo e a origem do homem. Supõe-se que Moisés tenha recorrido ao Urim e Tumim para receber as revelações, e escrever o Pentateuco.

No livro de Malaquias-Capítulo 3, versículo 16 e 17, referem-se a um memorial. Conforme acima descrito os homens têm tentado escrever e transmitir suas idéias, pensamentos e sentimentos, através de milênios, mesmo antes de se inventar o alfabeto, e alguns deles querendo ser lembrados e parecer importantes, construíram para si enormes pirâmides ou maciças estátuas de mármore. Outros conquistaram nações para garantir um lugar na história.

O que podemos fazer para aqueles que nos seguem se lembrarem de nós? Construir pirâmides? Erigir monumentos? Nada disso é necessário! Podemos ser conhecidos, e lembrados para sempre, pelos registros que fazemos em vida, a respeito de nossos ancestrais, de nossa própria vida e experiências, compondo registros sagrados através de longas e árduas pesquisas, para nossos descendentes e, a quem possa interessar.

Não se deve fazer genealogia sem registrar acontecimentos históricos familiares e sua própria história, deixaria uma lacuna irremediável. Porque não começar um livro de recordações? Não é tão difícil! Apenas uma coleção de registros pessoais e familiares e pode ser da maneira que achar conveniente. Deverá conter material que faça lembrar suas bênçãos espirituais, sua linhagem e suas experiências.

Muito do que hoje consideramos escrituras é nada mais, nada menos, que o resultado do que os homens escreveram sobre suas próprias experiências espirituais, para o benefício de sua posteridade. Onde estaríamos nós se Moisés não houvesse escrito sua história e a do mundo naqueles tão importantes cinco livros do Velho Testamento?

O que Moisés possuía para fazê-lo? Moisés possuía as tradições, os registros, a fé, e disposição para escrever; e nos abençoou através da eternidade pelo serviço que nos prestou, escrevendo o Pentateuco.

“Quão gratos somos, por Abraão Ter escrito a história de sua vida, por esse importante seguimento da história do mundo e por suas próprias revelações, pensamentos, sentimentos e ricas experiências”. (Spencer Wooley Kimball).

“Se Deus não tivesse mandado manter registros sagrados e nós, não dispuséssemos desses registros, referentes aos negócios do Senhor com os homens na terra, este mundo ter-se-ia degenerado em selvageria, e satanás o teria reduzido a um perfeito cativeiro; não teria havido conhecimento com referência às gerações passadas”. (Joseph Fielding Smith).

Que bênção constitui para a humanidade o fato de registros sagrados terem sido preservados, que bênção para os nossos descendentes se transmitisse os registros de nossas famílias. Devemos referir aos registros da família como um livro de recordações.

Devemos manter corretamente as efemérides da família e tudo que seja vital. Todo acontecimento importante em nossas vidas deve ser registrado por nós individualmente.

“Se o homem não mantém um diário o caminho se desmorona atrás dele assim que passa, e seus dias passados, são pouco mais que um vazio interrompido por raras sombras distorcidas. Sua vida está totalmente confinada no hoje. A vida de quem mantém um diário é enriquecida. E mais de um milhão de pequenos vínculos e laços a prender os membros do círculo familiar e a todos com quem mantém um diário  é enriquecida. E mais de um milhão de pequenos vínculos e laços a prender os membros do círculo familiar e a todos com quem convive”. (Spencer W. Kimball).


Certa vez ouvi o deputado Israel Dias Novaes pronunciar num de seus discursos “O homem que não tem passado, humilha o presente e compromete o futuro”.
Comecem hoje a escrever suas conquistas e seus fracassos, seus triunfos, suas impressões, seus testemunhos; talvez um dia um de seus entes queridos possa fazer citações deles.

Os diários mantidos por nossos avôs e bisavôs podem ajudar-nos a levar uma vida de retidão. Na época essas experiências cotidianas, talvez parecessem comuns e insignificantes, mas para nós, seus pequenos atos de coragem e perseverança podem parecer heróicos.


É necessário mantermos um registro exato. As fotografias devem ser colocadas num álbum com os nomes e idade das pessoas.

Seu diário pessoal deve conter sua verdadeira personalidade, seu verdadeiro eu, sem esconder ou omitir suas próprias fraquezas.


Há uma tendência muito humana de ressaltar nossas virtudes, dando-lhes mais colorido e de encobrir vícios, mas há também a perigosa tendência de acentuar o lado negativo.

A verdade deve ser dita, mas sem destacar os aspectos negativos.

Mesmo uma vida longa, cheia de experiências inspiradoras, pode ser arrasada por uma ocorrência desabonadora. Porque demorar-se num fato vil a respeito de alguém, cuja vida tem sido geralmente um exemplo de retidão ?

O bom biógrafo não se deve deixar levar pela paixão, mas pelo bom senso. Ele suprimirá o irrelevante e buscará o forte, o peculiar, o interessante... Que poderiam deixar de melhor para seus filhos e netos do que a história de sua vida.
Seus triunfos sobre a adversidade, sua recuperação de uma queda moral, seus progressos quando tudo parecia trevas; seu regozijo quando finalmente conseguiu vencer?

Se ainda não tem, até aqui, registrado a história de sua família, e a sua própria, porque não começar a fazê-lo imediatamente?

O material referente a sua história como criança, como jovem e adulto, poderá ser reunido em envelopes, pastas separadas, uma para cada etapa de sua vida. Uma vez reunidos esse material, poderá servir como fonte para sua história.
Comece agora, enquanto os fatos são recentes e os pormenores ainda estão gravados na memória.

Tomem um caderno... Um diário, que deverá durar a vida toda, escrevam tudo que for vital. Talvez os anjos possam tirar dali citações que valham para a eternidade.


Maria José Antunes






sexta-feira, 20 de abril de 2012

A Genealogia e a Montanha de Granito


O princípio da Genealogia necessita maior divulgação. É necessário que isto seja feito.Assim, o CHF da Estaca São Paulo Perdizes abre suas portas àqueles que desejarem conhecer seus ancestrais, mas não alcançam tal possibilidade por não disporem de meios ou esclarecimentos de como proceder à pesquisa genealógica.

Por esta razão serão constantemente administradas aulas práticas de genealogia. O principal propósito é ajudar os interessados a iniciar o trabalho genealógico, auxiliando-os a romper as barreiras da falta de conhecimento, temor ou desânimo que freqüentemente impedem as pessoas de iniciar o trabalho genealógico.

As pesquisas genealógicas não devem ser limitadas a um pequeno grupo de especialistas, mas todas as pessoas devem engajar-se nessa grande e importante obra, em favor dos ancestrais desaparecidos no tempo.

A genealogia teve início nos primórdios do tempo. Ela é, portanto, a origem, a fonte, a procedência, ligando o passado ao presente.

Os primeiros registros genealógicos foram feitos quando surgia a humanidade. Vemos Gênesis 5: 1-32, o primeiro livro da Bíblia, o registro da genealogia de Adão. No livro de Neemias 7:5-6 temos o seguinte:

“Então Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres, os magistrados e o povo para registrar as genealogias. E achei o livro da genealogia dos que subiram primeiro, e assim achei escrito nele: Estes são os filhos da província que subiram do cativeiro dentre os exilados que Nabucodonosor, rei da Babilônia, levava para o exílio, e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para sua cidade” descreve o nome das famílias e seus descendentes, no total de quarenta e dois mil trezentos e sessenta pessoas. No versículo 64 temos o seguinte: “Estes procuraram os seus registros nos livros de genealogias, porém não os acharam, pelo que foram tidos por imundos para o sacerdócio”.


Os livros de Mateus e Marcos registraram a genealogia de Jesus Cristo. O livro de 1º Timóteo 1:4 diz o seguinte: “Não se ocupem com fábulas e genealogias intermináveis, que antes promovem discussões do que o serviço de Deus”. Dedicavam-se com tal extremo à genealogia, que foi-lhes solicitado que fossem comedidos a esse respeito.

Como já foi dito, a genealogia é o estudo da família, estirpe ou linhagem. Deve iniciar com a família imediata, que é a organização familiar que vive em comum sob o mesmo teto, e outras pessoas que podem não viver na mesma casa, mas que são estreitamente aparentadas, como avós, bisavós, tias, primos, etc...

A organização familiar implica em estruturar a vida familiar de maneira a satisfazer as necessidades do dia-a-dia, e cumprir todos os ideais mais elevados que uma família precisa atingir para merecer seu devido lugar no seio da família e da sociedade.

As atividades familiares podem ser tão flexíveis quanto necessário para admitir reuniões familiares diversas. As possíveis dificuldades para tais reuniões podem ser cidades diferentes, longas distâncias, horários desencontrados, etc...

Os encontros e reuniões de família permitem aos familiares conhecer-se e apreciar-se mutuamente, e sentir-se parte de uma importante unidade que poderá durar para sempre nesta vida e ultrapassar os limites das fronteiras da eternidade.

Caso as distâncias não permitam reuniões muito freqüentes, as famílias poderão planejar periodicamente reuniões especiais tais como: festas de aniversário, casamentos, batizados, natal, e outras reuniões planejadas.

Além das reuniões, correspondências também poderão contribuir para manter os laços familiares e criar interesses, além de permitir aos parentes que se familiarizem uns com os outros.

Pensemos nos círculos familiares estritos de nossa vida, por onde poderíamos iniciar o trabalho genealógico. Esse círculo familiar será de grande auxílio para iniciarem-se as atividades genealógicas.

Geralmente existem muitos membros da família cujo tempo e habilidade podem ser dedicados à pesquisa. É necessário haver organização no trabalho genealógico, fazendo com que todos contribuam de maneira significativa. Outros possuem informações valiosíssimas referentes a antepassados falecidos que viveram há uma ou mais gerações passadas, ou parentes remotos que viveram em áreas geográficas diferentes. Temos que registrar toda e qualquer informação que os membros mais velhos de nossa família possam Ter. Através destas informações pode-se completar gráficos de quatro gerações, e contar centenas e abranger milhares.

A genealogia é uma das mais belas e úteis ciências, pois é uma ciência auxiliar da História: história das famílias, história das nações. Não devem, portanto, limitar-se apenas em enumerar ascendentes e descendentes.

O genealogista Cardoso de Miranda exalta, com grande propriedade, o aspecto científico da genealogia:

“A genealogia é uma das mais belas e úteis ciências, quando cultivada em função da terra e do sangue.  A preocupação absorvente da gleba e da família, do apego ao chão e às tradições domésticas, fecunda as raízes das árvores genealógicas, que são áridas e frias, inexpressivas e mudas quando redundam em simples enumeração de ascendentes e descendentes.

Florescem seus ramos, enfeitam-se de cor e de som, animam-se e enchem-se de vida, esmaltam-se de glória sentida e compreendida quando investigamos nos alfarrábios e tiramos do pó o espírito dos antepassados para viver suas existências, comungar suas dores, beber suas lições, impregnar-nos de suas virtudes e do heroísmo de seus martírios”.Haverá coisa mais bela que cultuar o sangue de nossos avós, exemplo que devemos imitar? Haverá coisa mais bela que as gestas inefáveis, os feitos gloriosos, os sacrifícios sem nome por amor a Deus e à família?

Para os genealogistas, as demais aplicações utilitaristas da genealogia são acidentais o essencial é este aspecto sublime em que a genealogia é verdadeira ciência da família e da educação. A genealogia é essa ciência de amor, beleza e paz entre os homens, e da lealdade que só devemos procurar pelo seu valor moral acima de qualquer outro.

O que é necessário para fazer genealogia?
Há quatro passos básicos para fazê-la:


1-    desejo sincero
2-    Fé e oração
3-    Intenção e ação
4-    Paciência e perseverança

Um dos princípios fundamentais para executar este trabalho é a fé. O homem que tem fé não duvida, pois dúvida e fé não podem habitar na mesma pessoa ao mesmo tempo. Não se pode evitar que desânimo ou incerteza invadam na mesma pessoa ao mesmo tempo. Não se pode evitar que desânimo ou incerteza invadam sua mente, mas pode-se evitar que brotem e cresçam. O indivíduo deverá expulsá-los para que no seu coração permaneça constantemente a certeza e a esperança da realização de um grande trabalho genealógico.

O primeiro passo é coligir todos os dados possíveis através da organização familiar.

Organizar Folhas de Grupo Familiar
Elaborar Gráfico de Quatro Gerações
Preparar gráficos panorâmicos de parentes colaterais e biografias

Esgotados os recursos familiares, o segundo passo é partir para a pesquisa mais avançada.
Três épocas marcam a existência do ser humano na Terra: o nascimento, o casamento e o falecimento.

Enumeramos agora as três ciências fundamentais para a história do homem:

1- A cronologia
2- A geografia
3- Genealogia

A Cronologia fornece a data em que a ação se passa. Portanto, a época em que os ancestrais viveram. A Geografia refere-se ao lugar onde ação se realiza. Temos, assim, a área geográfica onde os ancestrais viveram. A Genealogia mostra o personagem que faz a ação.

Deve-se verificar a época e a área geográfica que a pessoa viveu, e proceder às pesquisas da seguinte maneira: pesquisar nas Dioceses, Cúrias Metropolitanas, Cartório de Registro Civil, Paróquias, cemitérios, e outras fontes de pesquisa tais como:

Recenseamento, Registro Militar, Registro da Prefeitura, Inventários,                              Registro Agrário, Testamentos, Registro de Imigração, Registros Imobiliários, Arquivo de Estado, Registro de Naturalização  Registros Eleitorais   Registro da Guarda Nacional Pode-se obter mais dados através dos seguintes documentos de identificação: Certidão de Batismo, Cartão de Matrícula de Hospital, Condecorações, Certidão de Casamento Carteira de Estudante, Atestado de Óbito, Carteira de Clubes, Convite de Casamento   Boletim Escolar   Convite de Formatura   Diplomas.

Outras fontes de pesquisa:

Biblioteca Municipal Instituto Histórico e Geográfico Instituto Genealógico Brasileiro.  Sociedade Genealógico de Utah (Estados Unidos), com sucursal em São Paulo à Av. Prof. Francisco Morato, 2430.

Em 1842 a Genealogia já fazia parte do currículo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. O profeta da Igreja incentivou as pesquisas genealógicas e alegou que a genealogia foi a essência das escrituras. Particularmente demonstrou seu grande interesse e amor pelo trabalho genealógico quando afirmou:

“Os nossos propósitos não são pequenos e limitados a um certo número de pessoas.

Nós contemplamos a espécie humana do passado, presente e futuro. Esse trabalho deve ser amplo como a eternidade, e profundo como o amor de Deus”.

A partir de 1842 foram dadas instruções aos membros da Igreja para que pesquisassem sobre seus antepassados. As pesquisas se iniciaram em condições precárias até que, através de uma liderança inspirada, foram estabelecidos certos métodos sistemáticos para o prosseguimento das pesquisas.

Em 1877, o trabalho genealógico atingiu grandes proporções. Foi necessário criar um sistema central de controle para registros, e vários tipos de formulários foram introduzidos.

Em 1927 foi estabelecido o escritório do índice dos registros, e em 1942 foi elaborado a Folha de Grupo Familiar completas.

Os membros foram incentivados não só a identificar seus antepassados de linha direta, como os parentes colaterais. Ficavam, portanto, obrigados a serem genealogistas.

Quanto mais crescia o imenso arquivo tanto mais difícil se tornava o seu manejo. Qualquer pequeno erro poderia fazer com que uma ficha fosse extraviada entre as outras 38.000, pois eram arquivadas manualmente.

A medida que o trabalho genealógico crescia, esse sistema de verificação se tornava mais difícil. O sistema de processamento baseado em computadores iniciou em 1961.

Os nomes apresentados são verificados em um arquivo mestre para prevenir duplicações. Se os nomes estiverem catalogados, a pessoa que os apresentou será notificada a respeito. O acervo crescia de maneira notável, a preocupação da Presidência aumentava. O objetivo era encontrar um lugar seguro, resistente ao fogo, guerra ou erosão. Era necessário preservar os registros demográficos do mundo, vulnerável ao calor e umidade. Sem um armazenamento seguro, a possibilidade de conservação seria impossível.

A Presidência organizou um comitê, que tinha como objetivo explorar a área geográfica de Utah para armazenar os registros que vinham sendo microfilmados pelo mundo.

Finalmente, o Pres. Reuben J. Clark avistou a montanha de granito a 32 km de Salt Lake City (Cidade do Lago Salgado). Lá estava a majestosa montanha de granito! Um lugar forte e seguro, capaz de suportar o intemperismo, e mesmo uma explosão atômica. Seu coração se encheu de alegria e certeza de que a grande obra genealógica prevista pelo profeta seria realizada. Com toda convicção proferiu estas palavras: “Este é o lugar”.



A monumental obra foi concluída em 1965. A estimativa foi um custo de dois milhões de dólares.

Foi construída uma represa com trinta e dois metros de profundidade, água fria e deliciosa, um ambiente muito agradável. A Biblioteca fica situada em túneis de duzentos metros, onde a temperatura é de 14ºC, e dispõe de 1090 armários em cada túnel.

A sociedade genealógica de Utah dispõe de quatro milhões de rolos de microfilmes, cada rolo tem em média 750 exposições (páginas), cada exposição 10 lançamentos.

Todos os meses, aproximadamente quatro mil microfilmes negativos e doze mil microfilmes positivos de trinta metros são processados nos modernos laboratórios de revelação e reprodução da Sociedade Genealógica de Utah.

Os microfilmes negativos são guardados nos amplos depósitos dos cofres de registros da montanha de granito, singular instalação de armazenagem.

Quase que 90m de sólida rocha granítica ergue-se sobre o laboratório e setor administrativo, enquanto que os espaçosos depósitos de arquivo são cobertos por 210, da mesma rocha. O setor de arquivo possui três túneis de acesso guarnecidos de pesadas portas de caixa-forte hermeticamente encaixadas. A capacidade total de armazenamento dos depósitos está estimada como equivalente a 26.000.000 de volumes de trezentas páginas. Poderá ser ampliada se necessário, aumentando-se as escavações.

Seu moderno laboratório de microfilmes é equipado com aparelhos de fabricação especial, e usa as mais recentes técnicas de processamento de microfilmes. Devido às contribuições do dito laboratório à indústria de microfilmes, a Sociedade Genealógica de Utah é procurada como líder por muitas Companhias e órgãos governamentais interessados em novas idéias para o processamento e estocagem de microfilmes.

Depois de passar por minuciosa inspeção, cada filme é catalogado. As Bibliotecas da Sociedade Genealógica de Utah no centro da Cidade do Lago Salgado abriga cópias positivas da maior parte dessa coleção. Ali os interessados são assistidos por uma equipe especialmente treinada no uso do fichário, catálogos, índices e bibliografias, mapas e outros guias de recursos da Biblioteca.

Com simples perguntas o interessado recebe orientação e conselhos abalizados para a solução de problemas a respeito de árvores genealógicas. Todos os setores da Biblioteca dispõem de especialistas para auxiliar os interessados.

Nas salas de leitura, o público dispõe de 250 máquinas para leitura de microfilmes, mais de 870.000 microfilmes de 30 ms estão ali acumulados, representando o equivalente a mais de 4.000.000 de volumes de 300 páginas cada.



Já foram microfilmados 145 países, sendo que alguns muito pouco, e de outros a microfilmagem está completa. A Biblioteca dispõe de 144.000 volumes de genealogia, uma coleção de mais de 7.500.000 de registros, um acervo de 2.300.000 volumes, sem contar os livros de registros demográficos (batismo, nascimento e casamento).

A quantidade maior de registros são os de batismo, casamento e óbitos, e imigrantes do mundo todo, além de outros registros que possam identificar a pessoa que viveu sobre a terra. Os registros foram microfilmados 90% em rolos de 35mm, e 10% em rolos.

A conservação obedece à temperatura de 14% para terem durabilidade infinita. Há no mundo todo 550 sucursais, sendo nos Estados Unidos 96. No Brasil temos 10 sucursais equipadas com leitoras de microfilmes e microfichas. O Brasil possui 10.000 rolos de registros microfilmados que só vão até 1920 devido ao direito privado da família.



Cada ser humano que passa pela terra é um filho especial de Deus, criado à sua imagem e semelhança. Cada um tem uma tradição, uma história, e deixa uma recordação quando seu corpo se decompõe no seio da terra. Sua alma permanece viva e eternamente, e seu nome, sua existência, seus feitos e registros ficam preservados da erosão, do fogo e das intempéries na Eterna Montanha de Granito.


Maria José Pereira Antunes