Dois lugares de reunião- Das passagens que foram citadas, a respeito da
dispersão e subseqüente concentração de Israel, algumas se referem à Jerusalém
que vai ser restabelecida, outras a
Sião, que vai ser edificada. É certo que em muitos casos este segundo nome é
usado como sinônimo do primeiro devido ao fato de que certa colina dentro dos
limites de Jerusalém antiga era como Sião, ou monte de Sião, e frequentemente
se emprega em sentido figurado o nome de uma parte para indicar o todo, porém
em outras passagens claramente se vê o significado distinto e separado dos
termos. O profeta Miquéias, ”cheio da força do Espírito do Senhor e cheio de juízo
e de ânimo”, predisse a destruição de Jerusalém e de Sião, juntamente com ela.
Esta, diz o profeta, será lavrada com um campo, enquanto aquela “se tornará em
montões de pedra”. Então anunciou uma nova condição que há de existir nos
últimos dias, quando outro “monte da casa do Senhor será estabelecido” e se
chamará Sião. Na profecia se fala separadamente dos dois lugares, “Porque de
Sião sairá a lei e a palavra do Senhor de Jerusalém”.
Joel
acrescenta o seguinte testemunho a respeito dos dois locais onde o senhor
governará seu povo: “E o Senhor bramará de Sião e dará sua voz de Jerusalém”.
Sinfonias prorrompe em cânticos, tendo o triunfo de Israel como seu tema e
dirigindo-se às filhas de ambas as cidades: “Canta alegremente ó filha de Sião,
rejubila ó Israel: regozija-te e exulta de todo o coração, ó filha de
Jerusalém”. Então o profeta continua profetizando das cidades. “Naquele dia se
dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, se enfraqueça as suas mãos”. Também
Sacarias expressa a vontade revelada nestas palavras:” O Senhor ainda consolará
a Sião e ainda escolherá a Jerusalém. Quando o povo da casa de Jacó estiver
preparado receber o Redentor com o seu rei legítimo, quando as ovelhas
disperças de Israel se tiverem humilhado suficientemte por intermédio do seu
sofrimento e da aflição para conhecer e seguir o seu pastor, então virá ele em
verdade, para reinar entre eles. Estabelecer-se-á então um reino literal que
compreenderá todo o mundo, e o Rei dos
reis ocupará o trono; e as duas capitais
desse poderoso império serão Jerusalém
ao oriente e Sião no ocidente. Isaías fala da glória do reino de Cristo nos
últimos dias e atribui separadamente a Sião e a Jerusalém as bênçãos do
triunfo. “Tu, anunciador de boas novas a Sião, sobre tu ao monte alto. Tu, anunciador
de boas novas a Jerusalém, levanta a tua voz fortemente; levanta-a não temas, e
diz a cidade de Judá: eis aqui está o vosso Deus”.
O titulo
“Sião” é usado em vários sentidos
diferentes. Por derivação, a palavra Sião provavelmente significa brilhante ou
refulgente, porém esta acepção comum se perde no mais profundo ecomovedor
significado que esta palavra, como nome e título, veio a adquirir. Como já foi
dito, um certo monte que se achava dentro da cidade de Jerusalém se chamava
Sião. Com sua vitória sobre os Jebuseus, Davi capturou e ocupou a “fortaleza de
Sião” ele deu o nome de cidade de Davi. De maneira que Sião era o nome de um
lugar e a designação tem sido aplicada:
1.
Ao próprio
monte, ou monte Sião, e por extenção a toda Jerusalém.
2.
Ao local do
“monte da casa do Senhor”, o qual conforme a profecia de Miquéias será
estabelecido nos últimos dias, separadamente de Jerusalém. A estas aplicações
do nome podemos acrescentar outras que
nos foi divulgada por revelação moderna isto é:
3.
A Cidade
Santa fundada por Enoque, o sétimo patriarca desde Adão, é que ele chamou Sião.
4.
Deve-se
considerar ainda mais um emprego da palavra em uso metafórico, pelo qual se dá
o nome de Sião à igreja de Deus, que compreende, segundo a própria definição do
Senhor, os puros de coração.
Jerusalém – Como uma introdução adequada ao nosso estudo da nova
Sião, que está para ser construída no continente ocidental, como veremos mais
adiante, consideremos brevemente a história e destino de Jerusalém, a Sião do
continente oriental. Geralmente se aceita que, por derivação, Significa o
fundamento ou a cidade de paz. Nós o conhecemos pela primeira vez com Salém,
onde mora Melquisedeque, sumo sacerdote e rei a quem Abrão pagou dízimo. Em
antiguidades judaicas encontramos uma firmação direta de Josefo referente à
identidade de Salém e de Jerusalém. Como foi dito, Davi tomou a cidade aos
Jebuseus no ano de 1084 antes de Cristo. Durante os reinados de Davi e Salomão,
a cidade, como capital do reino unido de Israel. Gozou de grande fama em
virtude de uma riqueza, beleza e força, e sua atração principal era o imponente
Templo de Salomão que coroava o Monte Moriá. Após a divisão do reino, Jerusalém
continuou sendo a capital do reino menor de Judá.
Entre as múltiplas e variadas vicissitudes que
a cidade sofreu, conseqüentes dos reveses da guerra, pode-se mencionar: sua
destruição e o aprisionamento de seus habitantes por Nabucodonozor, entre os
anos 588 e 585 antes de Cristo, seu restabelecimento ao final do cativeiro
babilônico, aproximadamente 515 anos antes de Cristo e sua ruína final com a
destruição da nação Judaica pelos romanos em 70 e 71 de nossa era. Em
importância, e no amor que os judeus lhe dedicavam, a cidade era o próprio
coração do judaísmo, e no conceito dos cristãos esta revestida de santidade.
Desempenhou um importante papel na obras terrenas do Redentor e presenciou Sua
morte, ressurreição e ascensão. É indiscutível a grande estima do Salvador pela
cidade principal do Seu povo. Proibiu que se jurasse por Jerusalém, “porque é a
cidade do grande rei”, e por causa de seus pecados chorou por ela como um pai
que lamenta um filho desviado. Porém, por maior que tenha sido Jerusalém no passa, um futuro maior
ainda a espera. A cidade chegará a ser uma vez mais o centro real, seu trono o
do Rei dos reis e sua glória permanente será segura.
Maria José Pereira Antunes
22/08/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário