Muitos
pais trabalham para dar o mundo aos filhos, mas esquecem de abrir o livro da
sua vida para eles. Muitos professores dão milhões de informações lógicas para
seus alunos, mas nunca contaram os capítulos da sua história.
Quanto
mais inferior é a vida de uma espécie, menos dependente ela é dos seus progenitores.
Nos mamíferos, há uma dependência grande dos filhos em relação aos pais, pois
eles necessitam, não apenas do instinto, mas de aprender experiências para
poder sobreviver.
Na
nossa espécie, essa dependência é intensa. Por quê? Porque as experiências
aprendidas são mais importantes do que as instintivas. Uma criança de sete anos
é muito imatura e dependente, enquanto muitos mamíferos com a mesma idade já
são idosos à beira da morte.
Infelizmente,
a família moderna tem se tornado um grupo de estranhos. Pais e filhos respiram
o mesmo ar, se alimentam da mesma comida, mas não desenvolvem a arte de ouvir e
dialogar. Não tem havido aprendizado mútuo das lições de vida. Eles estão
próximos fisicamente, mas distantes interiormente.
O
mesmo processo tem acontecido nas escolas. No livro Pais Brilhantes, Professores
fascinantes, comento que a educação mundial está em crise e comete vários
erros. Ela desconhece os papéis da memória expostos no capítulo anterior. Por
isso, não desenvolve ferramentas adequadas para formar pensadores. Usa a
memória das crianças como um depósito de informações.
O
excesso de informações gera falta de deleite de aprender e ansiedade. O pequeno
microcosmo da sala de aula tornou-se um canteiro de pessoas estranhas, tensas, sem relacionamento mais
profundo. A educação tem de se humanizar. O professor deve falar do seu mundo
enquanto fala do mundo exterior, enquanto ensina física, matemática, química,
línguas.
Professores
e alunos ficam anos juntos sem cruzar suas histórias, sem aprender lições
mútuas de vida. O resultado? Os alunos saem das universidades com diplomas nas
mãos, mas despreparados para lidar com fracassos, decepções, desafios,
confrontos. Não sabem abrir as janelas da sua mente, libertar sua criatividade,
pensar antes de reagir, interpretar o que as imagens não revelam e resgatar a
liderança do “eu” nos focos de tensão.
Para
finalizar, gostaria de dizer que se você quiser ter uma família perfeita, filhos que não o decepcionem,
alunos que não o frustrem e colegas de trabalho que não o aborreçam, é melhor
mudar-se para outro planeta. Aceite as pessoas com seus limites e construa
relações saudáveis com elas. Como disse, a melhor maneira de construir
excelentes imagens nos solos da memória das pessoas é surpreendendo-as, tendo
comportamentos inesperados. Nunca critique alguém antes de valorizá-lo. Não
poucas vezes errei por apontar primeiro o erro dos outros, inclusive das minhas
queridas filhas. Felizmente, aprendi que primeiro devemos elogiar, conquistar o
território da emoção, para depois conquistar os terrenos da razão.
Grave
esta pérola: uma pessoa inteligente aprende com os seus erros; uma pessoa sábia
aprende com os erros dos outros... Transforme a relação com as pessoas que você
ama numa grande aventura. ( Augusto Cury)
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